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“Assim, essa discordância primordial entre o eu e o ser seria a nota fundamental que iria repercutir em toda uma gama harmônica através das fases da história psíquica, cuja função seria resolvê-la, desenvolvendo-a. Toda resolução dessa discordância por uma coincidência ilusória da realidade com o ideal repercutiria até às profundezas do nó imaginário da agressão suicida narcísica. Ademais, essa miragem das aparências em que as condições orgânicas da intoxicação, por exemplo, podem desempenhar seu papel exige o inapreensível consentimento da liberdade, como se evidencia no fato de a loucura só se manifestar no homem…”
LACAN, J. “Formulações sobre a causalidade psíquica”, Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, p. 188.
A interpretação: tem peso frente ao real?
Nadine Page (Bruxelas, Bélgica)
Da função do tóxico às adixões
Darío Galante e Luís Darío Salamone (Buenos Aires, Argentina)
Adixões ◊ Toxicomanias
Nicolas Bousoño e Gloria Aksman (Buenos Aires, Argentina)
Devastação e Passagem ao Ato
Maria Wilma Faria (Belo Horizonte, Brasil)
Uma abertura ao inconsciente
Cassandra Dias (João Pessoa, Brasil)
A interpretação realmente possível ?
Pierre Sidon (Paris, França)
As adicções, novas formas do mal-estar contemporâneo
Nelson Feldman (Genebra, Suiça)
Três perspectivas lacanianas sobre a toxicomania
Fabián Naparstek (Buenos Aires, Argentina)
A teoria do parceiro
Jacques-Alain Miller
“Para Freud, como ele partia do sentido, isso se apresentava como um resto, mas de fato esse resto é o que está nas origens do sujeito, é de certo modo o acontecimento originário e ao mesmo tempo permanente, isto é, ele reitera sem cessar. É o que se descobre, é o que se desnuda na adicção, em “um copo a mais” do qual ouvimos falar há pouco. A adicção é a raiz do sintoma que é feito da reiteração inestinguível do mesmo Um. É o mesmo, isto é, precisamente, isto não se adiciona. Não se tem nunca o “já bebi três copos, então basta”, bebe-se sempre o mesmo copo uma vez mais. É isto a raiz do sintoma. É nesse sentido que Lacan pôde dizer que um sintoma é um etcoetera. Isto é, o retorno do mesmo acontecimento”.
MILLER, J.-A. “Ler um sintoma”, Opção Lacaniana n. 70. São Paulo: Eolia, junho de 2015, p. 21.
Miles Davis Blue Flame
Sérgio de Mattos (Belo Horizonte, Brasil)
O x analítico – Sobre Adixiones de Ernesto Sinatra
Giovanna Quaglia (Brasília, Brasil)
“Dizer ‘discurso da psicanálise’ é antes de tudo dizer que a psicanálise é uma maneira de gozar. É uma maneira de gozar do inconsciente com o duplo aspecto que isso comporta: primeiramente esse discurso abre um acesso ao gozo e em segundo lugar é um limite a esse gozo pois ela passa pelo inconsciente estruturado como uma linguagem. Gozar do inconsciente não é uma evidência. O vivente pode gozar de muitas outras coisas. Por exemplo, a droga é um curto-circuito do gozo que não necessita nenhum inconsciente”.
LAURENT, E., “Guérir de la psychanalyse”, Mental n. 11, 2002, p. 63.